Técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) de Balsas suspeitam que uma nova espécie de lagarta, denominada de Helicoverpa SPP, está atacando plantios de soja, milho, algodão e arroz nos municípios de Alto Parnaíba e Tasso Fragoso. O trabalho de vistoria realizado em 30 fazendas foi apresentado no Agrobalsas 2013 pelo chefe do escritório regional de Balsas da Aged, Diego Amaral, após a palestra do fiscal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ériko Sedoguchi, sobre a praga que está acontecendo com maior incidência em outros estados, como a Bahia, São Paulo e Minas Gerais.Diego Amaral afirmou que vários produtores relataram que foi a primeira vez que viram este tipo de lagarta em suas lavouras. “Essa lagarta come todo o grão da soja e muitos produtores tiveram prejuízo”, disse o chefe do escritório da Aged de Balsas, informando que na próxima semana serão coletadas amostras da lagarta na fase adulta, ideal para que seja feita a análise e confirmação da espécie.
Ele explicou que após a coleta, a Aged vai encaminhar para um laboratório credenciado pelo Mapa. “Caso haja a confirmação de que é a lagarta Helicoverpa SPP , serão feitos os procedimentos de acordo com a legislação, tais como autorização do uso de novos produtos químicos e a Aged irá acompanhar e fiscalizar a aplicação destes defensivos no campo agrícola, tendo todo o cuidado para não prejudicar o meio ambiente e a saúde humana”, explicou Diego Amaral.
O fiscal do Mapa, Eriko Sedoguchi, afirmou que esta lagarta foi encontrada com maior incidência em janeiro deste ano, na Bahia, e agora está surgindo em outros estados, como é o caso do Maranhão. “Essa é uma espécie nova de lagarta e para combatê-la os produtores têm que utilizar um produto importado, o benzoato de emamectina, já liberado para uso, de acordo com portaria do Mapa, no sentido de combater emergencialmente esta praga”, explicou ele.
Eriko Sedoguchi informou que o Mapa solicitou à Aged que fizesse um levantamento da situação em algumas propriedades e a coleta das amostras para delimitar a área de ocorrência dessa praga. “A Aged está de parabéns pelo trabalho porque está tomando todas as providências necessárias. Poucos estados atenderam à nossa solicitação”, elogiou Eriko Sedoguchi.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), Cláudio Azevedo, assistiu as duas apresentações e disse que a Aged faz um importante trabalho de levantamento fitossanitário na região de Balsas, principal polo produtor de grãos do Maranhão. “Esse trabalho evita a introdução de novas doenças e outras pragas nessas culturas e, no caso desta lagarta, esse levantamento é importante para dar uma maior agilidade no diagnóstico e possibilitar que a legislação seja aplicada de acordo com as orientações do Mapa”, avaliou Cláudio Azevedo.
A Aged é um órgão vinculado à Sagrima e possui 19 escritórios regionais instalados em todas as regiões do Maranhão, além de Unidades Veterinárias Locais e Escritórios de Atendimento à Comunidade, com atuação em todos os municípios maranhenses.
Alunos – O trabalho de orientação no uso correto de produtos químicos nos campos agrícolas está sendo realizado durante o Agrobalsas pela Coordenação de Educação Sanitária da Aged, por meio do Projeto Fazendo Educação, que está ministrando palestras a estudantes do ensino fundamental, com o tema “uso correto e seguro de defensivos agrícolas”.
A Aged também está desenvolvendo no Agrobalsas o Projeto Formação de Agentes em Práticas Agropecuárias, com palestras sobre o “Uso correto de Agrotóxicos e Destinação de Embalagens Vazias”, voltadas para alunos da Escola Família Agrícola de Balsas.