Primeira Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) emitida para as bananas da propriedade com SMR.
Após três anos sem permissão para exportar bananas para estados com status sanitário livre de sigatoka negra, o retorno do Maranhão ao comércio interestadual foi marcado pelo envio de 12 toneladas da fruta para Teresina, na sexta-feira (24). A emissão da primeira Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) para os produtos do Sítio Barreiras se deu após a inclusão da propriedade, pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), no Sistema de Mitigação de Risco para a praga Sigatoka Negra (SMRSN).
Com a inclusão no SMR, a propriedade rural situada no Itinga planeja realizar despachos semanais de mais de 10 toneladas de bananas para o Piauí e Ceará, inicialmente. O Sítio Barreiras também pretende expandir sua área de cultura de aproximadamente 140 hectares para 900, empregando a mão-de-obra do povoado Cajuapara. “A fruticultura do estado vem sendo fortalecida por iniciativas em produção e defesa agropecuária e, com trabalhos como esse, estamos, gradativamente, reduzindo as importações de itens importantes da alimentação dos maranhenses e buscando produzir excedentes para exportar cada vez mais”, ressaltou o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Márcio Honaiser.
A cadeia produtiva da hortifruticultura é uma das dez cadeias prioritárias do Governo do Maranhão e está sendo trabalhado no Agropolo da Ilha, no Delta do Parnaíba, com o caju, e em Turiaçu, com o abacaxi, por meio do Sistema Estadual de Produção e Abastecimento.
Na Ilha de São Luís, por exemplo, itens como mamão, carambola, banana e acerola já são fornecidos pelas Unidades de Referência de Produção (URPs) a três redes de supermercados maranhenses. O sucesso do projeto piloto dos agropolos levou a Sagrima a implantar em junho o Agropolo do Rio Balsas.
Controle da Sigatoka Negra
De acordo com o diretor de Defesa e Inspeção Vegetal da Aged, Roberval Raposo Júnior, a sigatoka negra é a mais severa das doenças da cultura da banana e representa um grande perigo para o cultivo da fruta em várias regiões do mundo. No Brasil, ela é caracterizada como praga quarentenária presente (A2), isto é, praga de importância econômica potencial, presente no país, porém não amplamente distribuída e sob controle oficial. “As principais formas de controle oficial acontecem através de normativas federais e estaduais que regulam o trânsito de frutos e mudas, principais veículos de disseminação, bem como os tratos culturais dentro do plantio”, explica o fiscal agropecuário Luís Roberto Lima.
Para ser incluída no Sistema de Mitigação de Risco, o Sítio Barreiras, teve que adotar diferentes medidas de manejo de risco de pragas para atingir o nível apropriado de segurança fitossanitária e evitar a disseminação desse fungo por meio de mudas contaminadas, folhas infectadas ou, até mesmo, caixas de madeira ou de plástico, roupas e sapatos infestados. “A região é caracterizada pelo cultivo florestal, como o cultivo do eucalipto, e pelo cultivo de grãos. Esse é o primeiro projeto de fruticultura irrigada na Regional, além de ser a primeira propriedade a solicitar e se enquadrar no SMRSN”, destaca o fiscal agropecuário Josué Álvares Neto.