Eventos agropecuários movimentam setor produtivo do MA

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Fiscal da Aged confere documentação sanitária de animal exposto na Expoimp, realizada em Imperatriz.

A quantidade de feiras, exposições agropecuárias e vaquejadas, com uma média de 60 eventos realizados por ano nas diversas regiões do Maranhão, é um forte indicativo da força do setor produtivo maranhense, cujo agronegócio responde por aproximadamente 17% do PIB estadual. A busca pela melhoria genética do rebanho e de novas tecnologias na agricultura são os principais atrativos para o produtor que participa desses eventos agropecuários, que geram um significativo volume de negócios com a compra de animais, equipamentos e financiamentos agrícolas.

No caso da Exposição Agropecuária de Grajaú (Expoagra), que encerrou domingo (28) sua programação, a previsão é de que o volume de negócios alcance cerca de R$ 30 milhões. “Estas feiras têm sido grandes canais de apresentação aos produtores locais das novas tecnologias e manejos para aumentar a eficiência e produtividade do agronegócio local. São iniciativas como essas que promovem o desenvolvimento no nosso estado”, avaliou o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), Cláudio Azevedo, que fez questão de ressaltar o apoio do governo estadual a estes eventos e a participação da Sagrima com a instalação de estandes e realização de palestras durante os eventos.

Inicialmente com uma previsão de negócios da ordem de R$ 200 milhões, a Agrobalsas 2013, realizada no período de 13 a 17 de maio, no município de Balsas, superou as expectativas e gerou cerca de R$ 277 milhões na comercialização de máquinas agrícolas, veículos leves e pesados, implementos, insumos, financiamentos agrícolas e prestação de serviço.

A região de Balsas, localizada no Sul do Maranhão, é considerada o principal polo produtor de grãos do Maranhão e responde por cerca de 90% da soja produzida no estado.

Se na região Sul o destaque é a produção de grãos, a região tocantina se caracteriza pela riqueza da pecuária de corte e de leite. O ponto alto da exposição agropecuária de Imperatriz (Expoimp) realizada em julho deste ano ficou por conta dos sete leilões realizados durante o evento que produziram uma receita de R$ 2,3 milhões com a comercialização de 1.995 animais.

De acordo com os dados divulgados pelo Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural),261 bovinos da raça girolando alcançaram um valor de R$ 519.800,00 durante o 13° Leilão Balde Branco, com uma média de R$ 1.991 mil/animal.

Foi durante o 9° Leilão Tabapuã Vale do Mutum e Convidados que foi atingida a maior média de custo por animal vendido, que ficou em R$ 4.144,18 com a venda de 86 equinos, por R$ 356.400,00.

Além dos leilões também foi realizada a 16ª edição do Torneio Leiteiro, onde na categoria livre a vaca Borburema venceu a competição com uma produção de 49,417 litros/dia. O 1° lugar na categoria novilha, foi alcançado pelo animal Carina, com 28,767 litros/dia.

Todos os animais que participam dos eventos agropecuários são fiscalizados pelos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), órgão vinculado à Sagrima, que tem como objetivo garantir a origem e a saúde dos rebanhos, impedindo a entrada de animais, produtos e subprodutos infectados no local em que é realizado o evento.

Os animais são vistoriados por médicos veterinários e técnicos da Aged, que exigem documentos como: comprovante de vacinação da febre aftosa, Guia de Trânsito Animal (GTA) e todas as documentações zoosanitárias previstas, de acordo com cada espécie.      

O secretário Cláudio Azevedo, que participou dos três eventos – Agrobalsas, Expoimp e Expoagra -, ressaltou o investimento dos criadores no melhoramento genético do rebanho maranhense, principalmente da raça predominante no Maranhão, a Nelore. “Graças ao melhoramento genético, em média, atualmente um boi é abatido aos três anos e meio de idade pesando 250 quilos. Na década de 70, o animal era abatido somente aos cinco anos, com apenas 150 quilos”, comparou o secretário.

O presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen), responsável pela realização do Agrobalsas, Antônio Görgen, lembrou que muitos produtores maranhenses só compravam máquinas em feiras de outros estados. “Muitos deles não tinham o costume de comprar esses equipamentos em feiras do Maranhão. No entanto, eles perceberam que a nossa feira não perde em nada para outras realizadas fora do estado”, disse ele, que também é proprietário de uma empresa que comercializa implementos agrícolas, e que vendeu um trator e uma colheitadeira para um produtor da cidade de Guaraí, no Tocantins, durante o Agrobalsas 2013.

Palestras e cursos – Além dos leilões e torneios, os frequentadores dos eventos agropecuários têm a oportunidade de participar de cursos e palestras ministrados por órgãos estaduais e federais e entidades não governamentais, de acordo com a demanda dos produtores da região em que o evento é realizado.

No caso do Agrobalsas, a Sagrima realizou a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Grãos e palestras sobre o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e o trabalho de pesquisa realizado pelos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão, órgão vinculado à Sagrima, sobre uma nova espécie de lagarta, que atacou os plantios de soja, milho, algodão e arroz na região Sul do Maranhão.

 Eventos agropecuários previstos para o mês de agosto

No calendário de exposições que acontecem em todo o interior do Maranhão constam ainda para serem realizadas no mês de agosto, a Exposição Agropecuária de Açailândia, Feira de Zé Doca, Agrofeira de Bacabal e Exposição Agropecuária de Bacabal e a Agrofeira de Peritoró.

Fechando o calendário dos principais eventos agropecuários do estado, acontecerá no período de 31 de agosto a 08 de setembro a 57ª edição da Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema), que reúne, no Parque Independência, em São Luís, criadores de todas as regiões do Maranhão e de outros estados do Brasil.

O presidente da Associação de Criadores do Maranhão (Ascem), Assub Neto, informou que para este ano a associação, responsável pela realização do evento, tem como meta superar o volume de negócios alcançado no ano passado que foi de R$ 12 milhões em aquisição de animais, implementos agrícolas, insumos, leilões e shows artísticos, com um público de 120 mil pessoas que participaram da exposição em 2012.

Assub Neto afirmou que além da programação técnica do evento, com a realização de leilões e torneios, a organização da Expoema está investindo nos shows artísticos para atrair o público.

O cantor Silvano Sales inicia a agenda de shows da Expoema 2013 se apresentando no sábado, dia 31 de agosto. No dia seguinte a criançada vai poder assistir a apresentação da Turma do Cocoricó. As bandas Calcinha Preta, Gatinha Manhosa, Cavalo de Pau, Sacode, Forró Pegado e Furacão do Forró também fazem parte da programação artística.

Vaquejadas maranhenses atraem um público cada vez maior

As vaquejadas que acontecem no Maranhão atraem um público apaixonado pela competição que, segundo o presidente da Associação dos Criadores de Eqüídeos do Maranhão (ACEM), já faz parte da cultura popular do estado. “Muitos municípios possuem parques e a cada ano cresce a quantidade de vaquejadas realizadas no Maranhão”, afirmou Talib Neto, que também é presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Quarto de Milha do Maranhão.

No período de 2005 a 2007, de acordo com dados do Setor de Aglomerações da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), foram realizadas 312 vaquejadas no Maranhão, com uma média de 39 vaquejadas no ano. Nesse período, o ano de 2007 realizou o maior número de vaquejadas, quando aconteceram 71 eventos do tipo.

Na Vaquejada, uma dupla de vaqueiros tem como objetivo derrubar o boi numa área demarcada de 10 metros dentro da pista, que mede cerca de 160 metros de comprimento.

Segundo Talib Neto, a maioria dos cavalos utilizados nas vaquejadas pertencemà raça Quarto de Milha, conhecida por sua força com partidas rápidas, paradas bruscas e grande capacidade de mudar de direção. “O maranhense é um apaixonado pelos cavalos quarto de milha que são utilizados nas vaquejadas e é preciso incentivar a equinocultura, que tem um grande mercado e ainda apoiar as vaquejadas realizadas no Maranhão”, afirmou o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), Cláudio Azevedo.

A chefe do Setor de Aglomerações da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), Rosiane de Jesus Barros, explicou que as vaquejadas só acontecem com a autorização prévia da Aged. “Os organizadores do evento devem procurar o escritório da agência do seu município e solicitar esta autorização para que os técnicos do órgão façam a vistoria do parque, para verificar se as instalações estão adequadas para receber os animais, garantindo também a segurança da população”, informou Rosiane Barros.

Ela explicou que no caso específico das vaquejadas, além das Guias de Trânsito Animal (GTA) dos bovinos e equinos, também são exigidos dos cavalos os exames de Anemia Infecciosa Equina (AIE) e Mormoalém do atestado de vacinação contra a Influenza – para ver se o animal está protegido da gripe equina.